Foto horizontal e vibrante com fundo azul, mostrando três gerações de uma mesma família — uma criança, um homem adulto e um idoso — todos sorrindo após receberem uma vacina. À esquerda, uma menina de cerca de 6 anos, de cabelo claro preso e camiseta cor de salmão, sorri com um pequeno curativo bege no braço esquerdo. No centro, um homem adulto de aproximadamente 35 anos, com barba curta e camiseta branca, exibe o mesmo curativo no braço direito, demonstrando orgulho e bem-estar. À direita, um senhor idoso de óculos e suéter bege claro também exibe o curativo no braço. Uma mão enluvada de azul segura uma seringa ao lado do idoso, sugerindo o momento da vacinação. A imagem transmite proteção, cuidado intergeracional e confiança na imunização.
Saúde

Vacinas: Quais São Essenciais para Adultos e Crianças

As vacinas são uma das conquistas mais importantes da medicina moderna. Elas não apenas salvam milhões de vidas todos os anos, mas também evitam complicações graves e epidemias que poderiam sobrecarregar sistemas de saúde. No entanto, muitos adultos ainda acreditam que as vacinas são apenas para crianças — um erro que pode custar caro à saúde individual e coletiva.

Neste artigo, você vai descobrir quais vacinas são essenciais para adultos e crianças, com base nas orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Abordaremos os esquemas de vacinação infantil, vacinas obrigatórias, reforços para adultos e a importância da imunização ao longo da vida. Além disso, explicaremos como as vacinas funcionam, desmistificando fake news e contribuindo para uma sociedade mais saudável e informada.

Como Funcionam as Vacinas

As vacinas funcionam estimulando o sistema imunológico a reconhecer e combater agentes infecciosos sem causar a doença. Elas podem conter microrganismos mortos, atenuados ou fragmentos deles. Quando o organismo é exposto à vacina, desenvolve memória imunológica, o que significa que, caso entre em contato com o vírus ou bactéria real, estará preparado para responder rapidamente.

Essa tecnologia já erradicou ou controlou doenças como poliomielite, sarampo, rubéola, difteria e tétano em muitos países. Antes da introdução das vacinas, doenças como o sarampo causavam mais de 2,6 milhões de mortes por ano no mundo. Graças à vacinação, esse número caiu mais de 80% nas últimas décadas.

A vacinação também protege pessoas que não podem ser vacinadas (como imunossuprimidos), por meio da chamada imunidade de rebanho — um escudo coletivo que impede a disseminação de agentes infecciosos.

Vacinas Essenciais para Crianças

A imunização infantil segue um calendário nacional padronizado, que garante proteção desde os primeiros dias de vida. Abaixo, listamos as principais vacinas recomendadas para crianças até os 10 anos de idade, com suas respectivas idades de aplicação:

  1. BCG (Bacilo Calmette-Guérin)
    • Quando aplicar: ao nascer
    • Protege contra: formas graves de tuberculose (miliar e meníngea)
    • Antes da BCG, a tuberculose era uma das principais causas de morte em crianças menores de 5 anos.
  2. Hepatite B
    • Quando aplicar: ao nascer, com reforços no 1º e 6º mês de vida
    • Protege contra: hepatite B, uma infecção viral crônica que pode levar à cirrose e câncer de fígado
  3. Pentavalente (DTP + Hib + Hepatite B)
    • Quando aplicar: 2, 4 e 6 meses
    • Protege contra: difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo B
  4. VIP (Vacina Inativada Poliomielite)
    • Quando aplicar: 2, 4 e 6 meses
    • Reforços com VOP (oral): aos 15 meses e 4 anos
    • A poliomielite, antes da vacinação, causava paralisia permanente em milhares de crianças por ano. O Brasil não registra casos desde 1989, graças à vacinação em massa.
  5. Rotavírus
    • Quando aplicar: 2 e 4 meses
    • Protege contra: diarreia grave por rotavírus, uma das principais causas de internação infantil
  6. Pneumocócica 10-valente
    • Quando aplicar: 2, 4 e 12 meses
    • Protege contra: pneumonia, otites e meningites
  7. Meningocócica C
    • Quando aplicar: 3 e 5 meses, com reforço aos 12 meses
    • A meningite meningocócica pode matar em poucas horas. A vacinação reduziu drasticamente a incidência da doença.
  8. Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola)
    • Quando aplicar: 12 meses e reforço aos 15 meses
    • O sarampo voltou a ser um problema em algumas regiões do Brasil devido à queda na cobertura vacinal. Em 2018, mais de 10 mil casos foram registrados no país.
  9. DTP (Tríplice Bacteriana)
    • Reforço aos 15 meses e 4 anos

Essas vacinas estão disponíveis gratuitamente no SUS. Cumprir o calendário vacinal protege a criança e ajuda a manter doenças erradicadas sob controle.

Vacinas Essenciais para Adolescentes

Durante a adolescência, alguns reforços são fundamentais para manter a imunidade ativa. Entre eles:

  1. HPV (Papilomavírus Humano)
    • Idade recomendada: 9 a 14 anos (meninos e meninas)
    • Protege contra: câncer de colo do útero, ânus, pênis e garganta
    • Estudos mostram que a vacinação reduziu em até 90% a incidência de infecções por HPV em países com boa cobertura.
  2. Meningocócica ACWY
    • Idade recomendada: a partir dos 11 anos
    • Protege contra: quatro tipos principais de meningite bacteriana
  3. DTPa (Tríplice bacteriana acelular)
    • Reforço recomendado: a cada 10 anos

Vacinas Essenciais para Adultos

Ao chegar na idade adulta, muitos esquecem que a imunização continua sendo necessária. Doenças como tétano, hepatite ou gripe podem ser perigosas, especialmente em grupos de risco. Veja as principais vacinas recomendadas:

  1. dT ou dTpa (Dupla Adulto)
    • Recomendada a cada 10 anos
    • Protege contra: difteria e tétano
  2. Hepatite B
    • Três doses ao longo da vida, se não recebeu na infância
  3. Febre Amarela
    • Dose única após os 9 meses
    • Reforço pode ser necessário em áreas de risco endêmico
  4. Gripe (Influenza)
    • Vacinação anual
    • Reduz em até 60% o risco de hospitalizações em idosos
  5. Covid-19
    • Esquemas atualizados conforme orientações do Ministério da Saúde
    • Reforços anuais para grupos vulneráveis

Vacinas Recomendadas para Idosos

A partir dos 60 anos, o sistema imunológico começa a perder eficiência, tornando a vacinação ainda mais importante:

  • Influenza: dose anual
  • Pneumocócica 23-valente: protege contra pneumonia e infecções respiratórias graves
  • Herpes Zóster: disponível na rede privada, recomendada para maiores de 50 anos. Estima-se que 1 em cada 3 pessoas desenvolverá a doença após os 50 anos.

Vacinação em Situações Especiais

Existem também vacinas indicadas para:

  • Gestantes: dTpa, hepatite B, influenza
  • Imunossuprimidos: recomendações específicas conforme condição
  • Profissionais da saúde: devem estar com todas as vacinas em dia
  • Viajantes internacionais: febre amarela, hepatite A, tríplice viral, entre outras

Nesses casos, é fundamental consultar um médico ou o serviço de imunização mais próximo.

A Importância de Manter a Caderneta Atualizada

Muita gente acredita que, uma vez vacinado na infância, não precisa mais se preocupar. Porém, vacinas perdem efeito com o tempo ou precisam de reforços regulares. Manter a caderneta atualizada evita doenças, reduz a propagação de vírus e protege a saúde coletiva.

Para adultos que perderam a caderneta, os postos de saúde podem orientar sobre esquemas de vacinação de resgate.

Desmistificando Mitos Sobre Vacinas

O avanço das fake news gerou desconfiança em relação às vacinas. No entanto, todas as vacinas distribuídas no Brasil passam por rigorosos testes de segurança e eficácia.

Mitos comuns:

  • “Vacinas causam autismo”: FALSO. Estudos já desmentiram essa teoria infundada, iniciada por um estudo fraudulento em 1998.
  • “Já peguei a doença, não preciso vacinar”: FALSO. Algumas doenças não geram imunidade completa ou a proteção pode durar pouco tempo.
  • “Vacinas têm efeitos colaterais graves”: RARO. Os efeitos adversos são geralmente leves e passageiros, como febre ou dor no local da aplicação.

Conclusão

A vacinação é um ato de responsabilidade pessoal e social. Tanto crianças quanto adultos precisam seguir o calendário de imunização para garantir proteção individual e coletiva. Ao manter a caderneta atualizada, você não apenas cuida da sua saúde, mas também contribui para um mundo mais seguro e livre de doenças evitáveis.

Mantenha-se informado, consulte fontes oficiais e vacine-se!